quinta-feira, 6 de março de 2014

Feita de...

Às vezes, era como se ela mergulhasse no mais profundo silêncio. Era como se, por breves segundos, tivesse a oportunidade de manter a própria mente sã, livre. Livre de tormentas, de problemas. De tempestades que ocasionava certa desestrutura mental. Era como se a escuridão tomasse absolutamente tudo; como se estivesse faminta por um momento de paz. Diziam que mente parada era oficina para o diabo, mas não conseguia levar o que os outros - em sua maioria - diziam. Durante aqueles breves momentos, era como se a escuridão não existisse sem o silêncio. Ah, o abençoado silêncio…

            Quando mergulhava naquele estado de espírito, era como se atingisse um nível de paz em sua plenitude. Sentia que um mundo inteiro se abria diante seus olhos, como um leque enorme de opções e oportunidades; sentia que podia fazer tudo o que desejasse. Sem ser julgada. Sem ter alguém tagarelando em seus ouvidos, enchendo-lhe a cabeça de besteiras. Nível de paz com o mundo. Consigo mesma.

            E então notou que ela também era feita de silêncio. E de um punhado de escuridão, também. Mas também havia parte de si que era feita de algo maior. De algo mais intenso. Era feita de seus próprios sonhos. Era movida aos seus próprios desejos, suas próprias vontades. O que se mostrava ainda mais importante. Queria ser única. Queria mostrar que era única. E era. O melhor de tudo, obviamente, é que ela sabia.

Às vezes, era como se ela mergulhasse no mais profundo sonho. Era como se, por breves segundos, tivesse a oportunidade de manter a própria mente sã, livre. 

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